TERAPIA OCUPACIONAL NA ATENÇÃO A PESSOAS COM TRANSTORNOS POR USO DE SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS.
Em nosso último encontro discutimos ‘A vida comunitária como experiência do cuidado de si: intervenções da Terapia Ocupacional com pessoas que abusam de álcool e outras drogas’, coordenado pela TO e prof. Dra. Carolina Couto.
Neste encontro discutimos as características gerais de uma abordagem comunitária, que pressupõe a vivência comunitária em ambiente tecnicamente preparado; psicologicamente seguro; que possibilite o estabelecimento de vínculos entre os ajudados; que favoreça uma comunicação efetiva na resolução de conflitos interpessoais e que tenha uma rotina estruturada e flexível para a participação segundo a necessidade, desejo e intencionalidade de cada integrante e de modo a criar condições de aprendizado sobre si e o outro.
Participar desta proposta significa desenvolver ações de cuidado consigo e com a comunidade.
E este fazer será a matéria prima para a construção de saúde, na medida em que o envolvimento é voluntário e com vistas à liberdade e à criatividade. Isso possibilita que cada um manifeste seu próprio jeito de fazer.
A contemplação deste fazer permite ao ajudado avaliar:
– Como cada um se reconhece nessa atividade;
– Como esse fazer permite conhecer suas potencialidades e fragilidades;
– Como esse fazer o faz sentir parte da comunidade.
NÃO É UM FAZER FOCADO NA PRODUÇÃO DE BENS E MATERIAIS!
Pelo contrário, quanto mais as atividades problematizarem as questões dos ajudados/usuários e, simultaneamente, se apresentarem como solução para os mesmos, mais proveitosa serão para o desenvolvimento de novas escolhas, novos modos de ser, novas possibilidades de vida…
Portanto, enriquecimento psíquico e cultural; cultura do cuidado; produção de saberes e práticas; modos de agir.
E a função do TO é mediar essas questões. Ajudar os integrantes do processo na compreensão de suas escolhas, do seu modo de fazer …
É ser um facilitador do encontro do ajudado com ele mesmo e dele com seu fazer cotidiano (construir-se).
Para isso é necessário, também, a compreensão do movimento grupal da comunidade para determinar as intervenções, pois o indivíduo é sempre parte de um sistema social.
A Terapia Ocupacional numa abordagem comunitária se revela um método fecundo para a produção de cuidado em pessoas gravemente comprometidas pelo uso de substâncias psicoativas, que cotidianamente vivem a busca pela droga. Vivem pensamentos, sentimentos e contato sociais relacionados ao consumo: o que estabelece um estreitamento significativo do repertorio ocupacional, onde a atividade de buscar e consumir a droga assume a centralidade.
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