Hanna Arendt e TO

Discutimos, neste encontro com o Elizabeth Lima, uma abordagem filosófica da Atividade Humana baseada na obra de Hanna Arendt, ‘A Condição Humana’. Esta autora se propôs a estudar como nos tornamos quem somos, como isso se constitui? Reflete sobre o que estamos fazendo de nós e do mundo. Sua teoria aborda a vida humana que se empenha em fazer algo, através das manifestações mais elementares, aquelas atividades que estão ao alcance de todo ser humano, desenvolvendo o conceito de ‘vida ativa’. Nesse sentido, a atividade deve ser realizada por liberdade, e não por sujeição à necessidade ou uma imposição. Trata-se, então, da realização de atividades que ultrapassam o atendimento das necessidades vitais para a sobrevivência. Para esta autora, o ser humano é condicionado pelas necessidades: de sobrevivência, de construir o mundo que habita (as coisas em si), e de existir como ser singular (que diz do sentido e significado da vida construído por cada um na inter-relação com o outro). Hanna Arendt faz uma crítica à contemporaneidade onde as atividades humanas foram reduzidas à necessidade de assegurar a vida, vivemos para garantir nosso acesso a alimentação, moradia, segurança. Nos distanciamos de nossa capacidade de criar, e nos isolamos dos outros. Com isso, nos alienamos. Após a apresentação, o grupo discutiu como uma ação contra-hegemônica, que oferece condições para a construção de uma “vida qualificada, que se inventa e se singulariza”, tem relação com os fundamentos da Terapia Ocupacional. Nossa gratidão à Elizabeth Lima! Foi um encontro empolgante! Precisaríamos de mais encontros para discutir com profundidade as aproximações e distanciamentos desta filósofa com a proposta do Prof. Rui Chamone Jorge.
Priscila Lemos de Freitas

Priscila Lemos de Freitas

Terapeuta Ocupacional

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